O mercado do boi gordo no Brasil tem sido uma montanha-russa de altos e baixos recentemente. Segundo análises da Scot Consultoria, parece que o mercado encontrou um “ponto de equilíbrio”, mas a perspectiva de um aumento na oferta de bovinos, especialmente aqueles provenientes de confinamentos na segunda fase de engorda intensiva, tem deixado a ponta compradora inquieta.
No geral, o mercado do boi gordo teve um desempenho positivo, com destaque para o mês de setembro. Entretanto, relatos dos analistas apontam para uma estabilidade nas últimas três semanas nas praças de São Paulo, uma referência crucial no mercado pecuário brasileiro. As escalas de abate dos frigoríficos paulistas estão mais longas, o que resultou em muitas indústrias locais ficando de fora das compras.
O mercado físico do boi encerrou a semana com preços acomodados, mas a Consultoria Safras & Mercado indica que os frigoríficos ainda têm espaço em suas programações de abate, sugerindo tentativas de compra abaixo da referência média.
Nicole Santos, analista da Scot Consultoria, observa que embora o mercado do boi gordo pareça ter atingido um ponto de equilíbrio, os compradores continuam pressionando por preços mais baixos devido à expectativa de um aumento na oferta de bovinos. Variações negativas nas cotações do boi gordo não estão descartadas, alerta a analista.
BOI CHINA
Um segmento em destaque é o chamado “boi China”, que se refere a animais abatidos com até 30 meses de idade. Eles estão sendo negociados a R$ 240,00/@, com um ágio de R$ 5,00/@ em relação ao boi comum. No entanto, os analistas apontam que os preços dos contratos negociados, especialmente com a China, estão em queda, o que pode dificultar a transferência de valorização para os pecuaristas.
No que diz respeito ao giro do boi gordo em diferentes regiões do Brasil, os preços variam. Por exemplo, em São Paulo, a arroba do boi a prazo foi negociada a R$ 230, representando uma queda de R$ 10 em relação à semana anterior. Em Dourados (MS), a arroba caiu R$ 5, sendo negociada a R$ 230. Por outro lado, Cuiabá (MT) registrou um aumento de R$ 2, com a arroba subindo para R$ 212. Já em Uberaba (MG) e Goiânia (GO), os preços permaneceram inalterados.
Apesar da estabilidade atual, a analista Nicole Santos ressalta que a ligeira maior oferta de bovinos disponíveis para abate, combinada com uma redução no consumo interno de carne bovina após o feriado de Dia de Nossa Senhora Aparecida, levanta preocupações sobre o futuro do mercado. As escalas de abate estão confortáveis para as indústrias, com abates programados até meados de novembro.
A S&P Global Commodity Insights destaca que a fraca demanda por animais prontos para o abate está impactando negativamente os preços da arroba bovina em algumas regiões do Brasil. Muitas unidades de abate optaram por limitar ainda mais a aquisição de boi gordo devido à folga em suas programações.
Além disso, no mercado atacadista, houve uma ligeira queda nos preços dos cortes bovinos, devido ao aumento na oferta do produto, devido ao eficiente andamento das escalas de abate nas instalações frigoríficas. Embora haja expectativas de uma demanda mais forte nos últimos meses do ano, os preços permanecem incertos.
Por fim, as exportações de carne bovina do Brasil registraram uma queda em outubro em comparação com o mesmo período de 2022. O valor médio diário das exportações, a quantidade média diária exportada e o preço médio por tonelada diminuíram, refletindo um cenário desafiador para o setor. (Com informações do Canal Compre Rural)
