Nas comunidades rurais de Mato Grosso, onde a agricultura familiar é o pilar da economia, a chegada das farinheiras móveis entregues pela Secretaria Estadual de Agricultura Familiar (Seaf) está revolucionando a produção de farinha de mandioca. Comunidades como Aguaçu, Monjolo e Taquaral, em Nossa Senhora do Livramento, agora desfrutam de um processo de beneficiamento de farinha mais eficiente, que reduz o tempo e o esforço necessários.
Antes da introdução das farinheiras móveis, a produção de farinha de mandioca nessas comunidades dependia de métodos manuais que eram demorados e trabalhosos. Segundo Antônio Firmino de Moraes, presidente da Associação de Pequenos Produtores Rurais da Comunidade Aguaçu Monjolo e Taquaral, quatro pessoas conseguiam produzir apenas um saco de 50 kg de farinha por dia. No entanto, com as farinheiras móveis, a mesma quantidade de trabalhadores consegue produzir oito sacos em um período equivalente, tornando o processo muito mais eficaz.
Além de aumentar a produção, a chegada desses equipamentos nas comunidades é vista como uma oportunidade para manter os jovens no campo. Muitas famílias rurais têm jovens desempregados e, ao melhorar a renda por meio da produção de farinha, espera-se que isso incentive esses jovens a permanecerem nas comunidades.
O presidente da Associação de Pequenos Produtores Rurais da Comunidade Aguaçu Monjolo e Taquaral afirmou: “A gente está dando prioridade, principalmente para aquelas famílias que têm jovens na família, que estão sem emprego, para fazer suas farinhas primeiro e garantir uma renda para ver se segura os jovens na comunidade. E essa é a nossa prioridade. Então, essa farinheira chegou num belo momento. Vai ajudar muito essa comunidade aqui, que é cercada de pequenos sítios e não tem uma fazenda para trabalhar.”
Atualmente, a farinheira está sendo usada por 120 famílias associadas, mas o presidente da Associação afirma que outros produtores vizinhos também serão atendidos, o que poderá beneficiar mais de 200 famílias na região.
Outra comunidade que está colhendo os benefícios dessas inovações é a Comunidade Rio dos Couros, em Cuiabá, onde a farinheira deve ser utilizada por 15 associados em atividade e pelos moradores de pelo menos outras três comunidades vizinhas. O presidente da Associação de Pequenos Produtores da Comunidade Rio dos Couros, Braulino da Silva, expressou sua gratidão pelo investimento do Governo do Estado: “Gostei muito da máquina e tem que ter muito produto para fazer a farinha. Já estamos com a máquina aqui na associação e agora é só trabalhar. A gente fica muito agradecido ao Governo.”
O Governo do Estado investiu R$ 4.394.000,00 neste ano na aquisição das 26 farinheiras móveis, que estão sendo entregues às comunidades. A Secretária de Agricultura Familiar, Teté Bezerra, enfatiza que o beneficiamento da matéria-prima agrega valor à produção, oferecendo melhores condições de preços para os produtores familiares e aumentando a renda.
Após a entrega dos equipamentos, técnicos da empresa fornecedora da farinheira vão até a comunidade beneficiada para ensinar o manuseio aos produtores. A mandioca é cultivada em todos os municípios de Mato Grosso e é a segunda principal cadeia produtiva da agricultura familiar do Estado, ficando atrás apenas da pecuária leiteira. Cada tonelada de mandioca rende entre 250 kg e 300 kg de farinha, demonstrando o potencial de aumento de renda para as famílias rurais que adotam essa inovação.
As farinheiras móveis estão proporcionando não apenas uma produção mais eficiente de farinha de mandioca, mas também oferecendo esperança às comunidades rurais de Mato Grosso, mantendo jovens no campo e melhorando as condições econômicas das famílias agricultoras. (Com informações do Portal Sou AGRO)